Energia e Mobilidade
Extensão do Metro Sul do Tejo à Costa da Caparica e Trafaria
Data
11
Março
2025
Autor
Autor:
GEOTA

1. O GEOTA declara-se favorável à extensão da rede do Metro Sul do Tejo (MST) à Costa da Caparica e Trafaria. Este projecto é essencial para melhorar a qualidade do serviço de transporte público, sendo crítico para reduzir o congestionamento e a poluição rodoviária na Costa da Caparica. A Costa sofre hoje de problemas graves de congestionamento, não só no Verão, mas durante boa parte do ano.


2. O GEOTA apoia a intenção declarada de equacionar o MST como peça central de um serviço intermodal de transportes. É especialmente relevante a ligação ao serviço fluvial da TT e ao serviço rodoviário da Carris Metropolitana, através da criação de duas estações intermodais, para permitir duas vias complementares de acesso às praias. É igualmente importante equacionar melhor outras ligações intermodais, designadamente os modos suaves e o Transpraia.


3. O projecto deve servir tanto os residentes como os visitantes. Deve ser garantida a qualificação do espaço público na envolvente da linha do MST. Quer em fase de obra quer de operação devem ser garantidas as valências susceptíveis de ser afectadas pelo projecto, em particular acessibilidade a residências, serviços e comércio. Deve ser analisada com especial cuidado a problemática da convivência do canal do MST com outros tráfegos e vivências, por forma a garantir facilidade de acesso, mas também segurança e comodidade para os cidadãos.


4. Os aspectos operacionais têm de ser aprofundados e clarificados, em especial frequência do serviço e a intermodalidade. Para o sucesso de uma rede de transportes públicos, os factores mais importantes são a fiabilidade e a frequência dos serviços (juntamente com a acessibilidade, custo e facilidade de uso). O padrão de serviço do MST, o tarifário e a complementaridade com os modos suaves são matérias que devem ser equacionadas e clarificadas, quer para garantir a qualidade e o sucesso futuro do sistema, quer a adesão dos cidadãos nesta fase de decisão.


5. O traçado deve servir a máxima população e serviços com o mínimo de extensão, paragens e conflitos. Este balanço não parece ter sido bem conseguido no traçado base em estudo. Este traçado serve mal o centro da Costa da Caparica, o acesso às praias na frente urbana e a futura ligação ao Transpraia (que também está por equacionar); cerca de metade da população da Costa e boa parte dos serviços ficam a mais de 500 m da paragem mais próxima do MST, e portanto o incentivo ao abandono do carro fica aquém do possível e desejável.


A título de alternativa para estudo, propomos outro traçado, pelo lado das Terras da Costa.

A tabela seguinte compara o traçado base em estudo e com o traçado original do Polis e o alternativo:

GEOTA

A figura seguinte ilustra as opções de traçado na Costa da Caparica:

GEOTA

A figura seguinte ilustra a população residente nos principais núcleos urbanos da Costa da Caparica:

GEOTA

Compreende-se porque foi abandonado o traçado original do Polis: o terminal intermodal então previsto para a zona dos parques de campismo era totalmente excêntrico em relação às áreas urbanas consolidadas; e o nível de conflito com o espaço urbano, em especial o acesso à frente de praia, seria elevado.

O traçado alternativo sugerido tem a desvantagem de ocupar algum solo agrícola e levanta desafios à conciliação de tráfegos na Av. D. Sebastião (semelhantes aos que ocorrerão na Av. Afonso de Albuquerque), mas apresenta diversas vantagens significativas:

a) Oferece um bom serviço de transporte a quase todos os habitantes da Costa da Caparica, e não apenas a metade;

b) Serve, a uma distância inferior a 500 m, todos os pontos de concentração de serviços (incluindo as escolas, os serviços de saúde, o centro social paroquial, o mercado, o campo da bola, as zonas comerciais, as praias urbanas, os hotéis e os parques de campismo);

c) Tem os melhores rácios habitantes/km e habitantes/paragem das 3 opções;

d) Permite usar o actual terminal rodoviário em complemento ao MST (sem prejuízo de ser equacionada a eventual relocalização desse terminal para a zona da entrada da Costa);

e) Permitirá fácil acesso ao Transpraia, qualquer que seja a configuração futura deste.

Em suma, saúda-se o projecto, mas recomenda-se um ajuste ao traçado proposto que permita servir melhor a população da Costa da Caparica.

O GEOTA mantém-se ao dispor para quaisquer discussões adicionais sobre o MST ou outras propostas que visem reforçar a qualidade da oferta de transporte público em Portugal.

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