2021
Conheça os resultados das votações para a atribuição dos Prémios Guarda-Rios 2021!
As votações para a 2ª Edição dos Prémios Guarda-Rios terminaram no passado dia 9 de agosto, tendo sidos contabilizados 3316 votos do público, registando um enorme aumento do número de votos face à primeira edição, numa clara demonstração de participação cívica e preocupação ambiental da população.
O Prémio Guarda-Rios é uma iniciativa do GEOTA que visa alertar para aquelas que têm sido as práticas positivas e negativas nos nossos rios, as “veias do Planeta”. Por um lado, o prémio guarda-rios boas-práticas premeia comportamentos na gestão dos nossos rios, como o envolvimento das comunidades numa perspetiva de sustentabilidade futura. Por outro lado, o prémio guarda-rios de luto evidencia práticas danosas aos nossos rios e que urge serem alteradas.
Foram eleitos pelo público os vencedores do Prémio Guarda-Rios (Boas Práticas) e do Prémio Guarda-Rios de Luto (Más Práticas), havendo uma Menção Honrosa e uma Menção Desonrosa para os segundos mais votados. Em paralelo, o GEOTA também indicou premiados para as boas e para as más práticas.
Na Gala Guarda-Rios, que irá realizar-se no Dia Nacional da Água – dia 1 de Outubro – serão entregues os prémios, e será também entregue um certificado a todos os nomeados. As inscrições já estão abertas e poderá conhecer todos os detalhes da programação da gala e reservar o seu lugar clicando aqui.
VOTAÇÕES DO PÚBLICO
Prémios Guarda-Rios (Boas Práticas)
1971 votos:
● 1º Lugar Boas Práticas (Prémio Guarda-Rios)
Projeto Lousada Guarda RIOS (Município de Lousada)
39,2% dos votos de boas práticas (772 votos)
Lousada Guarda RIOS é um projeto de envolvimento social do Município de Lousada, que tem como objetivos a conservação e monitorização do estado ecológico dos espaços fluviais do concelho de Lousada, através do estudo, sensibilização ambiental e participação pública.
O projeto nasceu no âmbito da estratégia municipal para a conservação da natureza e educação ambiental, determinante no ordenamento e na valorização do território de Lousada e já foram caracterizados mais de 52 km de linhas de água e disponibilizados troços de 250 m para adoção, vigilância e monitorização por parte da comunidade, organizada em patrulhas de voluntários Guarda RIOS, tendo o projeto já envolvido mais de 1 000 voluntários.
●2º Lugar Boas Práticas (Menção Honrosa)
Projeto Peixes Nativos – Coordenadora Carla Sousa Santos – Polo MARE-ISPA
28,3% dos votos de boas práticas (558 votos)
O Projeto PEIXES NATIVOS foi lançado em novembro de 2017 e resulta de uma parceria entre o ISPA – Instituto Universitário e a Águas do Tejo Atlântico, S.A.
O principal objetivo deste Projeto é monitorizar anualmente, na época de seca estival, espécies ameaçadas de peixes de água doce autóctones em rios intermitentes do centro do país. A ausência de séries temporais de dados, fundamentais para uma correta avaliação do estado das populações e absolutamente necessárias para a implementação da Estratégia Nacional para a Adaptação às Alterações Climáticas, é uma lacuna evidente no contexto da gestão e conservação da ictiofauna de água doce nativa que o Projeto Peixes Nativos pretende ajudar a colmatar.
● 3º Lugar Boas Práticas
Movimento Viver o Ave
13,1% dos votos de boas práticas (258 votos)
● 4º Lugar Boas Práticas
Câmara Municipal de Loures – Projeto SEEH20 – Um novo olhar sobre o uso da água
12,7% dos votos de boas práticas (250 votos)
● 5º Lugar Boas Práticas
EcoSalix – Sistemas Ecológicos de Engenharia Natural
6.7% dos votos de boas práticas (133 votos)
Prémios Guarda-Rios de Luto (Más Práticas)
1345 votos:
● 1º Lugar Más Práticas (Prémio Guarda-Rios de Luto)
Associação de Beneficiários do Mira
28,8% dos votos de más práticas (387 votos)
A Associação de Beneficiários do Mira é uma organização sob tutela do Ministério da Agricultura, que faz a gestão, exploração e conservação de dois Aproveitamentos Hidroagrícolas: o Aproveitamento Hidroagrícola do Mira e o aproveitamento hidroagrícola de Corte Brique.
A redução do caudal da água emitido pela Barragem de Santa Clara resultou numa descida drástica do nível das águas a jusante, causando graves problemas de fornecimento de água aos pequenos consumidores de água para rega que se encontram fora do Perímetro de Rega do Mira, em Aljezur e Odemira.
●2º Lugar Más Práticas (Menção Desonrosa)
Agência Portuguesa do Ambiente
27,4% dos votos de más práticas (369 votos)
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) tem desempenhado um papel insuficiente naquelas que deveriam ser as suas responsabilidades de fiscalização e salvaguarda dos valores ambientais em relação à gestão dos recursos hídricos.
O elevado desconhecimento do estado das massas de água e o número significativo de barreiras existentes nas bacias hidrográficas – com consequentes impactes cumulativos, tem revelado uma capacidade administrativa desadequada por parte da APA. Os atuais processos de gestão dos recursos hídricos têm-se refletido na diminuição da qualidade das águas, na quebra dos ciclos naturais dos rios e no declínio das espécies nativas.
●3º Lugar Más Práticas
Ministério do Ambiente e da Ação Climática
20,6% dos votos de más práticas (277 votos)
●4º Lugar Más Práticas
Fabrioleo – Fábrica De Óleos Vegetais, S.A.
18,9% dos votos de más práticas (254 votos)
●5º Lugar Más Práticas
Câmara Municipal de Coimbra
4,3% dos votos de más práticas (58 votos)
PRÉMIOS GEOTA
Para além da atribuição dos prémios do público, a iniciativa contempla também a atribuição de dois prémios selecionados pela Equipa do GEOTA, um para as boas práticas e outro para as más práticas.
Prémio Guarda-Rios (Boas Práticas)
● Movimento ProTEJO
O movimento proTEJO é um movimento de cidadania em defesa e promoção da gestão sustentável da bacia hidrográfica do Tejo. O GEOTA decidiu atribuir a este movimento o Prémio Guarda-Rios de boas práticas, como reconhecimento da importância de ações como:
- A promoção de caudais ecológicos contínuos e de uma melhor cooperação entre Portugal e Espanha na gestão transfronteiriça da bacia do Tejo;
- Organização de ações e iniciativas que promovam um Tejo livre de poluição, com água de qualidade, e em que seja respeitada a Diretiva Quadro da Água;
- A sensibilização para a urgência no combate às alterações climáticas, que deve considerar caminhos alternativos à construção de novas barragens e o restauro dos ecossistemas ribeirinhos;
- Os apelos à implementação de modelos de agricultura sustentável, face à poluição e à destruição dos ecossistemas ribeirinhos a que a expansão da agricultura intensiva expõe cada vez mais o estuário do Tejo;
- A contribuição no sentido de alertar a sociedade para as várias questões ambientais que afetam a bacia hidrográfica do Tejo.
Prémio Guarda-Rios de Luto (Más Práticas)
● Ministério da Agricultura
O GEOTA atribui o prémio Guarda-Rios de Luto ao Ministério da Agricultura, como chamada de atenção às consequências ambientais das suas políticas de promoção da expansão da agricultura intensiva e do regadio, tendo em conta os seguintes pontos:
- O valor da água para a agricultura e para a sobrevivência humana é imensurável, pelo que o GEOTA apela ao Ministério da Agricultura a necessidade de preservar os nossos rios, os ecossistemas ribeirinhos e a sua biodiversidade, evitando a construção de barragens;
- Tendo Portugal mais de 8000 barreiras nos nossos rios, o Ministério da Agricultura promove a construção de novas barragens para regadio, como é o caso da barragem do Pisão e de outras barragens projetadas no Programa Nacional de Regadios, causando a destruição dos ecossistemas ribeirinhos e da sua biodiversidade natural, e a diminuição da qualidade da água. É urgente que o Ministério da Agricultura promova a preservação, e não a destruição, do património natural português, cujo valor não deveria ser sobreposto ao lucro económico de explorações agrícolas;
- O Ministério da Agricultura, através da aposta no regadio e na agricultura em modo intensivo, vai contra estratégias europeias como o Green Deal, a estratégia Farm to Fork (do Prado ao Prato), a Diretiva Quadro da Água e a Estratégia Europeia para a Biodiversidade, que são inequívocos na urgência de preservar os ecossistemas e a biodiversidade e de desenvolver sistemas agroalimentares sustentáveis. A aposta exclusiva no crescimento económico e no lucro das atividades agrícolas não permite uma sustentabilidade ambiental a médio e longo prazo, arriscando o bem-estar das populações humanas e a preservação dos ecossistemas e da biodiversidade;
- Num país em que o setor agrícola é responsável por cerca de 75% do consumo de água, o Ministério da Agricultura continua a apostar na agricultura intensiva e no regadio, que implicam um grande gasto de água. O GEOTA considera que ao invés do investimento em políticas agrícolas que vão contra uma estratégia de futuro para preservação da água, seria importante assegurar a manutenção dos recursos hídricos em estado natural, através do investimento em práticas agrícolas mais sustentáveis, adaptadas às condições ecológicas, com uma menor pressão hídrica, promotoras da regeneração dos solos e das culturas de sequeiro. As grandes culturas intensivas de regadio que hoje predominam, como o olival e o amendoal, são responsáveis pelo consumo de grandes quantidades de água, sem impactos positivos significativos a nível social.
INSCRIÇÕES GALA GUARDA-RIOS E ENTREGA DOS PRÉMIOS
É com muito gosto que lançamos o convite para estar presente na Gala Guarda-Rios no dia 1 de outubro – Dia Nacional da Água, a partir das 19h, no Restaurante Espaço Tejo, no Centro de Congressos de Lisboa. O evento contará com um cocktail e momento musical, seguido de um jantar de beneficência e terminando com a cerimónia de entrega de prémios. As verbas angariadas neste evento reverterão para ações de promoção da proteção dos rios de Portugal, através dos projetos do GEOTA que a eles se dedicam.
As inscrições já estão abertas e poderá conhecer todos os detalhes da programação da gala e reservar o seu lugar, clicando aqui.
2021