Energia e Mobilidade
Extremadura sem Nuclear: Não ao prolongamento de Almaraz
Data
02
Junho
2025
Autor
Autor:
GEOTA

A central nuclear de Almaraz (CNA) já ultrapassou largamente o seu período de vida útil e é uma instalação que nunca se deveria ter construído seja pela sua perigosidade seja pela gestão impossível dos seus resíduos, além de se encontrar numa situação de degradação dado o seu prolongado ciclo de funcionamento, já superando os 40 anos, pelo que pretender alargar a sua vida útil é um exercício de irresponsabilidade que coloca em risco a população, o que não parece preocupar as autoridades extremenhas, que parecem mais interessadas em captar votos de forma populista na comarca de Arañuelo.

A CNA também afecta Portugal que já teve situações de alarme graves, ao estar situada a 100 Kms da central e ter o Tejo como receptor habitual de partículas radioactivas (chegou a ser colocado em causa o abastecimento de água à cidade de Lisboa e a C.M.L. aprovou uma moção exigindo ao governo português acção, o que se tem verificado seja no Parlamento seja pelos diversos governos). Existem riscos naturais e tecnológicos, em caso de acidente, sendo de notar os possíveis incêndios, assim como a hipótese de ruptura da barragem de Valdecañas.

As companhias proprietárias da CNA, Iberdrola, Endesa e Naturgy mostram-se completamente alheias à perda de postos de trabalho que implica o encerramento, como é norma no mundo corporativo e obtêm grandes lucros à conta da degradação ambiental a à custa da cidadania que é obrigada a recorrer aos seus serviços e depois não assumem os custos sociais do encerramento, como tão pouco os que implicam os resíduos durante dezenas de milhar de anos, também porque a administração central os exime do enorme gasto que acarretaria a construção de um Armazém Geológico em Profundidade, que será a cidadania a pagar como “gratificação” este colossal embuste.

Quem se deveria preocupar com os custos sociais do encerramento são os sucessivos governos regionais e estatais quer não fizeram nada para desenvolver alternativas laborais, parece que 40 anos não foram suficientes e agora dá-lhes as pressas e surgem os problemas face ao inevitável, já que queiram ou não as centrais não são eternas, sendo que os resíduos o são.

Além do mais as companhias eléctricas para as quais trabalham os poderes políticos regionais e estatais é aumentar os lucros, pondo em risco a população extremenha e aumentando a produção de resíduos radioactivos que irão ficar durante décadas num cemitério nuclear ao ar livre.

Se não podemos pedir às associações pró-nucleares que aceitem o encerramento da CNA em solidariedade com a sociedade, que não deve enfrentar os riscos de acidentes e a insustentável produção de resíduos, já que só olharam para o seu bolso durante todos estes anos, devemos sim exigir às autoridades que nos representam que abandonem esta cruzada “regional” para evitar o encerramento e que trabalhem, mesmo sendo tarde, para o emprego sustentável na região.

Enquanto as multinacionais que exploram a CNA vão lucrando, empresas e particulares vão colocando placas solares nos seus telhados sem cobrar as subvenções destinadas a instalações de autoconsumo e as empresas municipais e regionais primam pela ausência, os milhares de megawatts de renováveis que instalaram as empresas titulares de Almaraz foram distribuídos em macroprojectos em muitos casos em incumprimento do Plano Extremenho Integrado de Energia e Clima, o que representa um redução mínima dos gases de estufa nos últimos anos apesar da introdução de 7000 MW de energia renováveis nos últimos anos e de mais 16000 MW programados para 2030 potência que actualmente quadruplica as necessidades da região e que supera em muito as do encerramento de Almaraz. Pois apesar disso e sendo a Extremadura base de abastecimento de territórios como Madrid continuamos a pagar altos recibos de electricidade e sem uma linha de comboios electrificada que sirva de transporte público, social e sustentável para a região.

Em resumo os que governam a nossa região ao serviço das companhias eléctricas consideram a Extremadura uma colónia energética das grandes corporações e de outros territórios que extraem a nossa energia por alguns trocos

Os abaixo assinados exigimos:

-Encerramento de Almaraz no prazo previsto, ou seja 2027 e 2028

-Que o governo central ponha em marcha a construção de um Armazém Geológico em Profundidade, assim tal se revele possível, e que esse seja pago integralmente pelas companhias eléctricas e não pela cidadania, de forma que não fiquem resíduos radioactivos na superfície, nem em nenhum outro território do Estado e que as eléctricas não se eximam às suas responsabilidades económicas.

-Que os nossos governantes abandonem a cruzada que têm desenvolvido para evitar o encerramento de Almaraz em 2027 e 2028 e elaborem um plano de emprego que gere postos de trabalho sustentáveis na comarca de Arañuelo e nos municípios afectados pelo encerramento da CNA

- Que se proceda à total restauração ecológica do local da central, uma vez terminada a fase de desmantelamento e o período de vigilância que confirme a inexistência de riscos residuais.


Não à continuidade da central de Almaraz

Não ao cemitério ao ar livre na Extremadura


Adelante Andalucía.

Adenex.

A Ideia, revista de Cultura Libertária 

Alianza por el clima Extremadura.

Alter Ibi- Associação Transfronteiriça para o Desenvolvimento 

AMUS.

Area de la mujer de IU Extremadura.

Asociación ambiental y cultural Tralapena.

Associação Ecosocialismo

Asociación feminista Mujeres libres, Mujeres en Paz.

Asociación Juvenil Ogete.

Asociación Jorgazo Rock.

Asociación para la defensa de la Naturaleza Vettonia.

Asociación 25 de marzo.

Bloco de Esquerda

Campo Aberto, Associaçião de Defesa do Ambiente 

Centro Social Tiritanas de Jarandilla de la Vera.

CGT-PV.

CNT Extremadura.

Comité Antinuclear y Ecologista de Salamanca. 

CSOA La Algarroba Negra.

DEMA.

Cuadernos de Extremadura para el debate y la acción.

Ecologistas en Acción Badajoz.

Ecologistas en Acción Cáceres.

Ecologistas en Acción Cúriga- Monesterio.

Ecologistas en acción Extremadura.

Ecologistas en acción La Vera.

Ecologistas en Acción Mérida.

Ecologistas en Acción Tierra de Barros.

Ecologistas Extremadura.

Extremeñería.

FAPAS, Asociação Portuguesa para a Conservação da Biodiversidade

FEAN.

Fundación Montescola.

GRUS.

GEOTA 

Iris, Associação Nacional de Ambiente

Izquierda Unida Extremadura.

La Enredadera Mérida.

Livre

Maldita cultura. Los Santos de Maimona.

Movimiento por el Tren Ruta de la Plata.

Mujeres sembrando. Mérida.

Nuevo Extremeñismo - Adelante Extremadura.

OIE, Observatorio Ibérico Energía 

PCE de Extremadura.

Plataforma Alcalaboza Viva.

Plataforma de Afectados por Almaraz.

Plataforma Ciudadana Rebollar Vivo.

Plataforma Contra la Mina de Cañaveral.

Plataforma Extremadura con Palestina.

Plataforma medioambiental Sierra de Montanchez-Natura.

 Plataforma mina Touro  O Pino Non.

Plataforma 8M Badajoz.

Plataforma de pensionistas de Badajoz.

Plataforma Salvemos las Villuercas.

Plataforma Sierra de Gata Viva.

Plataforma SOS Suído Seixo/Mina Alberta NON.

Plataforma Villuercas Oeste.

Podemos Extremadura.

Pró-Tejo

Salvemos el Guadalquivir.

Sindicato 25 de marzo.

Sociedad Círculo Pacense.

Una Extremadura Digna.

Unidas por Extremadura.

Valdelamusa Viva.

Verdes Equo Extremadura

Zafra Violeta.

ZERO

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